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Dicas gerais

Artigo científico: Desperte o doutrinador que existe dentro de você

Henrique Araujo
Escrito por Henrique Araujo em junho 19, 2015
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Escrever um artigo científico é, antes de mais nada, dar vida às suas ideias.

O tripé ensino-pesquisa-extensão é para muitos, com toda razão, pilar essencial para o bom desenvolvimento durante o curso de graduação – ou até mesmo nas especializações, mestrados e doutorados. O artigo científico faz parte da construção desse tripé, aliás ele é imprescindível para a existência desse pilar tão importante para o acadêmico.
Muitos alunos começam a redigir artigos científicos já na graduação. A ampliação dos programas de iniciação científica, bolsas PIBIC e afins ajudou muito na sedimentação desse caminho. As universidades estão cada vez mais cientes de que a relação do aluno com o conhecimento não deve e nem pode se resumir à dicotomia aula-prova
Se o seu desejo é produzir um artigo – independentemente de ter o apoio de sua Universidade ou não – está no lugar certo, vamos conversar um pouco sobre isso agora. Ah, caso você não saiba se há bolsa de pesquisa ou programas de IC (iniciação científica) em seu campus, sugiro ir ao setor de pesquisa/extensão de sua IES, ou conversar com o coordenador de seu curso a respeito do assunto. Ele vai saber te dizer mais detalhes 🙂

Mas enfim, vamos a alguns tópicos a respeito da produção de um artigo científico por você, acadêmico ou acadêmica do curso:

1 – Artigo bem feito: Leitura e escrita andam de mãos dadas

No processo de elaboração de um bom artigo científico, a boa escrita é inseparável da boa leitura. Tão importante quanto saber escrever bem é ler bem. Quanto mais você praticar a leitura, verá detalhes a respeito da construção de argumentos e a forma como o(a) autor(a) elabora o encadeamento das ideias, como ele estrutura o texto e a forma como ele(a) faz para mostrar consistência do que defende.

2 – Acorde o(a) doutrinador(a) que existe em você

Acorde o(a) doutrinador(a) que existe em você

Além dessa visão estruturalista da leitura, ler faz você adquirir novas ideias. As vezes você começa lendo um livro despretensiosamente e, durante a leitura, encontra temas e/ou pontos específicos nos quais você não concorda muito com eles e suas respectivas argumentações. Ai você sai dessa leitura e encontra um doutrinador que discorda como você, eis um ponto polêmico que merece sua opinião também. Inclusive o fator inovação é um dos mais importantes para as grandes revistas e periódicos científicos. E a inovação surge da controvérsia. 
Mas você pode, de início, escrever sobre temas pacificados e aos poucos vai explorando temas novos. Vale lembrar que um tema novo não é só o que ninguém falou, mas também um tema analisado por um ponto de vista diferente dos já existentes.
Que tal abordar essa divergência doutrinária? Ninguém gosta de ler temas batidos, mas um artigo a respeito do que ainda não foi pacificado é muito mais bem visto. Até porque por se tratar de um trabalho científico, pode até servir de norte para outros pesquisadores abordarem o tema também e assim chegar a um consenso. E de onde tudo isso começou? De onde partiu a ideia de praticar a escrita de um artigo polêmico? Da leitura! E é assim que você vai produzindo cada vez mais.

3 – Onde publicar o meu artigo científico?

Onde publicar o meu artigo científico?

Essa é uma questão muito importante. Existem algumas coisas que você precisa saber antes de decidir onde publicar o seu artigo científico.
Cada revista ou periódico científico possui uma nota de qualificação. Quem dá essa nota para a revista ou periódico é o CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal) que é vinculado ao ministério da educação. Ele não é só responsável pelas notas das revistas como também gerencia projetos de pesquisa e também as bolsas de estudo para os pesquisadores – desde a graduação até o doutorado – seja em âmbito nacional ou internacional. 
A nota dada às revistas e periódicos é chamada de qualis. O qualis é dividido em letras que vão da C até a A. De acordo com a própria explicação deles, a classificação de periódicos é realizada pelas áreas de avaliação e passa por processo anual de atualização. Esses veículos são enquadrados em estratos indicativos da qualidade – A1, o mais elevado; A2; B1; B2; B3; B4; B5; C.

3.1 Qual qualis meu artigo científico se encaixa?

Quanto mais elevado é o qualis da revista/periódico, mais difícil é conseguir publicar seu artigo científico e mais exigente é a comissão organizadora. Isso interfere também na exigibilidade de grau de instrução do pesquisador. É praticamente impossível um aluno de graduação, sozinho, publicar numa revista qualis A
Geralmente quem publica nessas revistas são renomados cientistas internacionais, pesquisadores com Doutorado ou Ph.D – Pós doutorado que aliás não é um título, está incluso no doutorado. Porém, se você fizer um artigo com um orientador com doutorado ou mestrado é possível que seja aceito, é pra isso que servem os projetos de iniciação científica! 🙂
Mas nem só de qualis A viverá o homem. Em periódicos de nível C é perfeitamente possível a publicação individual de um acadêmico ainda na graduação. Para saber o qualis da revista ou periódico que você deseja publicar o seu artigo, a CAPES tem um site só pra consulta disso: Trata-se do sistema WebQualis (link). Para você consultar o qualis basta digitar o ISSN na barra de pesquisa e prontinho. Você pode inclusive consultar o qualis de várias revistas, basta acessar o link, você pode baixar a lista completa de todas as revistas 🙂
Vale ressaltar que publicação de artigo conta ponto em processos seletivos tanto para concursos públicos quanto para processo de seleção de pós-graduação. Geralmente em relação aos concursos é priorizada a quantidade de artigos, independentemente se a revista que você publicou foi de estrato A, B ou C. 
Já para processo seletivo acadêmico (mestrado, doutorado etc) o nível da revista influencia bastante. Por exemplo: Num edital de mestrado eles podem dar 0.4 para cada artigo qualis A, 0.3 para qualis B e 0.2 para qualis C. Isso significa que de uma forma ou de outra a quantidade também vale mais aqui. Pode ser que um candidato tenha dois artigos qualis A e você tenha 15 com qualis C. Existem muitas críticas quanto a isso, mas é a realidade.

4 – Considerações finais

Vimos no decorrer desse texto que é perfeitamente possível que um acadêmico comece sua produção científica já no bacharelado. Vimos também que existem diversos níveis de revistas e periódicos e a influência disso para a aceitação do seu artigo científico naquela revista. Além disso, agora você sabe onde e como consultar o qualis da revista na qual você deseja fazer uma publicação e a implicação disso na sua vida tanto acadêmica quanto de concurso.

Acima de tudo isso, existe o prazer de escrever, de contribuir para os avanços científicos que impliquem em melhorias sociais é uma das missões mais nobres de um pesquisador. Você pode começar a trilhar esse caminho desde já, dê vida ao doutrinador(a) que existe dentro de você, jovem. Você não é obrigado a concordar com tudo que lê ou que dizem pra você que é certo. Por isso que existe o paradoxo de que não existem verdades absolutas.

A mudança faz parte da vida e você pode ser protagonista de alguma futuramente, quem sabe? De qualquer forma  você sai ganhando – sejam pontos em concurso, seja pela contribuição dada que pode servir para outros pesquisadores ou seja simplesmente por deixar a semente de uma ideia que pode germinar em outras pessoas futuramente que irão aprofundá-la (quem assistiu o filme “A origem” vai entender, se você não viu super recomendo). Todas essas implicações são igualmente importantes. Caso queira umas ideias de temas pra escrever seu artigo científico, clique aqui. Caso queira baixar um modelo de artigo nos padrões da ABNT para ter uma ideia, clique aqui. Até a próxima!

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