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Entrevistas

Conheça Erivaldo Almeida, aprovado na OAB no 3º período do curso de Direito

Henrique Araujo
Escrito por Henrique Araujo em dezembro 14, 2016
Conheça Erivaldo Almeida, aprovado na OAB no 3º período do curso de Direito
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Eri Almeida
Eri Almeida(foto: Arquivo pessoal)

Existem histórias que só vendo para crer. Uma delas é do Erivaldo Santos Almeida ou, simplesmente, Eri. Ele conseguiu o feito de lograr êxito nas duas fases do exame da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB ainda no começo da faculdade de Direito. O Eri conseguiu esse feito no XX exame. Vi o post dele comemorando lá no grupo de estudos e prontamente pedi para que ele respondesse umas perguntinhas para o blog, o que prontamente foi aceito.

Todos nós sabemos que o exame figura como o terror dos formandos em Direito. Não é pra menos, afinal os próprios dados publicados pela Fundação Getúlio Vargas – FGV – corroboram com isso. Quase 90% dos candidatos que prestam o exame não consegue a aprovação, requisito básico para o exercício da advocacia.

No entanto, o Eri não apenas conseguiu a aprovação como também de forma extremamente precoce. Ainda no 3º semestre (ou período, como queira) do curso de Direito ele decidiu prestar o exame e passou de primeira. Como não é todo dia que vemos um feito desses, o que tranquilamente classifico como algo extraordinário, fiz algumas perguntas a ele e o resultado disso você confere abaixo.

Diariojurista: Olá, Erivaldo! Fico muito feliz que tenha aceitado o contato! Sua história certamente servirá de inspiração para muitos oabeiros espalhados por esse Brasil!

Erivaldo: Eu que agradeço o convite. Para mim é uma honra poder compartilhar essa história com aqueles que estão em busca da tão sonhada aprovação.

Conheça Erivaldo Almeida, aprovado na OAB no 3º período do curso de Direito

1 – Quem é o Erivaldo? De onde vem? Onde estuda? 

Erivaldo é um jovem de 26 anos, vindo de uma cidadezinha do interior com pouco mais de 35.000 habitantes, filho de pais analfabetos mas que, apesar disso, sempre ensinaram que o estudo é a base de tudo. Estudo em uma das unidades da UNIRB, na cidade de Alagoinhas. Quando prestei o exame, cursava o 3° período.

2 – Por que decidiu prestar o exame de forma tão precoce?

Eu sempre achei que estava no curso errado em virtude das matérias propedêuticas, que são dadas no início do curso, então decidi adiantar meus estudos para, de fato, conhecer o que é o Direito Material. Peguei a ementa da faculdade e estudei alguns assuntos.

Via nas redes sociais as pessoas falando do famigerado Exame da OAB, fui pesquisar para ver que bicho era esse. Aquilo despertou em mim o desejo de enfrentar esse dragão e desmistificar essa estória de que a FGV ( banca que aplica a prova) é imbatível e também de estudar de forma compulsória, afinal, conhecimento não se perde.

3 – Como foi sua preparação para a primeira fase do exame?

Bom, para primeira fase eu peguei o edital do XX exame, vi quais matérias são cobradas. No início vi vídeo aulas no Youtube, mas achei que tinha um déficit no aprendizado, então consegui um curso voltado pra primeira fase, li todos os PDFs e para aferir meu conhecimento, respondi varias provas anteriores da OAB, quando vi que minha margem de acertos ultrapassava os 70%, vi que estava pronto. Mas o segredo é esse, estudar o Direito material e resolver questões dos anos anteriores.

4 – Como foi sua preparação para a segunda do exame?

É engraçado. No início foi desesperador, eu não tenho nenhum parente ou amigo que tenha vinculo com o judiciário, então não tinha a quem recorrer, era eu e eu mesmo.

Quando o resultado da primeira fase saiu, eu pensei em não dar seguimento a esse plano, já tinha decidido desistir, primeiro que eu NUNCA tinha tido contado com o direito processual na faculdade, segundo que eu sequer sabia o que era peça processual, recursos e afins, mas pensei: “ Bom, não tive direito material na faculdade e consegui um resultado excelente, porque que não conseguirei com o Direito processual?”.

Então, procurei na internet alguns vídeos de como montar peças processuais, logo em seguida, comprei um livro e treinei tanto as peças quanto as as questões subjetiva. Quando terminei de responder todas as questões do livro, peguei as provas anteriores da OAB e comecei a praticar, simulei que estivesse sendo avaliado e após terminar as peças, eu mesmo corrigia minha prova com base no espelho disponibilizado pela banca examinadora.

5 – Qual foi seu critério de escolha da disciplina da fase do exame?

Como já mencionado, quando prestei o exame, estava no 3° período e não tive contato nenhum com o direito processual, a única disciplina que eu tinha afinidade era Direito Constitucional, então, no ato da inscrição a escolhi, crente que poderia mudar no decorrer do Exame ( ledo engano rsrsrs).

6 – Como foi receber a notícia de que havia sido aprovado?

Honestamente, na primeira fase, eu sabia que lograria êxito em virtude da minha alta pontuação quando respondia provas anteriores, acho válido ressaltar que não sou aluno nerd nem o tipo de aluno que tira notas 10,0, sou o famoso aluno “ Na média“.

Na segunda fase, quando eu vi a peça eu fiquei muito feliz, por já te-la treinado umas 10 vezes ( Foi uma ADPF), então sabia que teria um rendimento bom, das questões subjetivas, só não sabia uma, mesmo assim decidi responder baseado no achismo ( e não é que acertei metade da questão rsrsrs). Mas a gente sempre acha que a banca vai corrigir de forma errônea ou esquecer de pontuar algum tópico, então sofri durante a espera, quando o resultado saiu, quão grande foi a minha surpresa havia gabaritado a peça e acertado a maioria das questões. Para mim foi uma vitória que eu pude dedicar a meu pai, que infelizmente não esta presente fisicamente, mas sempre esteve comigo durante essa batalha.

7 – O exame da OAB figura como verdadeiro “bicho papão” dos estudantes de direito, no entanto você conseguiu o feito de passar muito antes de estar no último ano do curso. Quais dicas você reputa importantes para quem está há um tempinho na luta pela carteira vermelha?

Quando o resultado definitivo saiu, eu recebi muitas mensagens e e-mails de pessoas que estão nessa luta há anos, e Deus tem me usado pra incentivar essas pessoas a perseverar.

O primeiro passo é nunca desistir, não só da OAB como de sonho algum, se você quer muito algo, lute, sue, dê o seu melhor e nunca desista, uma hora a vitória vem. Para primeira fase eu recomendo responder as provas anteriores, e nas questões que errarem, revisar mais o assunto e ver o porque de ter errado, fazer exercícios consolida o nosso conhecimento. Para segunda fase, não tem outro jeito, é treinar peca, treinar peça, treinar peça e treinar peça.. Trinar todas as peças que a OAB já aplicou e depois conflitar com o espelho.

8 – Você pretende seguir carreira na advocacia? 

NÃO. Sempre me fazem essa pergunta e a resposta vem de imediato. Sei da indispensabilidade do advogado quanto a administração da justiça e é uma profissão que admiro e reverencio, Mas não me vejo advogando. Desde quando entrei no curso, sempre me vi na magistratura. Hoje esse desejo arde mais do que nunca. É uma paixão que surgiu durante o curso e tenho certeza que ira perdurar.

9 – Qual sua opinião sobre o atual cenário da advocacia brasileira e seus um milhão de advogados?

Comecei o curso em 2015 e desde aquela época o mercado advocatício já estava saturado. Apesar dessa marca, vemos que o mercado carece de advogados mais capacitados. Eu, honestamente espero que os advogados atuantes, se assustem com o numero alarmante de advogados e procurem se aperfeiçoar e que os novos advogados busquem sempre ser melhor a cada dia. Conhecimento nunca é demais.

10 – Deixe um recado para os oabeiros e futuros oabeiros de plantão.

Primeiro, confiem sempre em Deus, ele tem o melhor em nossas vidas. Que não desistam dos seus sonhos e não deixem que terceiros os desestimulem, sejam sempre humildes ( eu acredito que a falta de humildade é o que faz com que 90% dos inscritos reprovem) e por fim, treinem, faca questões, pecas incansavelmente. Só assim lograrão êxito na tão sonhada aprovação.

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