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Querido Diário

O fim da graduação

Henrique Araujo
Escrito por Henrique Araujo em dezembro 24, 2016
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Obrigado!

Com o passar do tempo cada vez mais acredito que a vida é um ciclo. Por isso, mais importante que se preocupar única e exclusivamente com o amanhã, é a preocup[ação] com a execução de um presente bem feito, para um amanhã ainda melhor. 

E um presente bem feito não é sinônimo de um presente perfeito. 
Preparativos para as fotos do convite de formatura. 
Aprendi que o viés perfeccionista é mais problema do que solução. E fiquei muito convencido disso a ponto de internalizar em meu modo de ser. Acredite, sou muito perfeccionista, domar esse meu lado é uma luta diária. É uma pena que não lembre agora onde foi que li sobre essa questão. Eu apenas compreendi isso agora, no último período. Mas eu vinha refletindo, amadurecendo essa ideia, desde o primeiro, quando meu então Professor de psicologia jurídica, Dr. Gélio Albuquerque, que está em outro plano neste momento, me ensinou que a vida é só isso, e que me aconselhou ao pé do ouvido para não me cobrar tanto.
No entanto, esse artigo aqui é muito bom, serve de introdução ao tema. 
Se você esperar pelas condições perfeitas, você não sairá do lugar. Zona de conforto foi feita pra ser superada, não habitada. É preciso aceitar o fato de que não somos perfeitos, erramos e por isso não podemos deixar de fazer qualquer coisa que seja simplesmente por medo de dar errado ou pelo fato de não sair exatamente como planejávamos.
Na iniciação científica, no começo da faculdade
A vida tem uma forma peculiar de nos ensinar pelo avesso. 
Eu cresci junto com faculdade. Entrei um menino que não sabia nem o que era vade mecum, pelo menos hoje ao menos sei o que é isso, hehe. Foram muitas situações desafiadoras, alegres, tristes, muito tristes (como o desencarne de meu pai enquanto estava no meio do curso), enfim, foi um tiro atrás do outro, felizmente consegui me manter de pé.
Eu passei por muitos problemas, muitos mesmo, que prefiro não entrar em detalhes para não parecer que estou me vitimizando ou querendo que você sinta pena de mim, jamais. 
Só quero registrar que, apesar de tudo, alguém dificilmente me via reclamando, me via desanimado, me via triste por onde andei nesses últimos anos. Pelo contrário, topei praticamente todos os desafios possíveis como forma de superação. Foram incontáveis as vezes que deixei minhas amarguras de lado para escutar as dos meus amigos e amigas e praticamente nenhum deles sabe disso. E nem precisam saber. E sabe de uma coisa? Isso me fez e faz um bem danado. 
Por isso não esmoreça se estiver atravessando por uma turbulência. Prossiga, uma hora ela passa.
Há uma frase de um filme que me ensinou muito nesse tempo, e que literalmente vivenciei. 
“Ninguém vai bater mais forte do que a vida. Não importa como você vai bater e sim o quanto aguenta apanhar e continuar lutando; o quanto pode suportar e seguir em frente. É assim que se ganha”
Rocky Balboa
O dia do TCC. Nota 10 e recomendação  para publicação. Foi muito bom!
Nunca me conformei apenas com o que via na faculdade. O Direito, meus amigos, é infinito. Fui estudante de faculdade apenas no primeiro semestre, e estudante de Direito do segundo em diante. E assim pretendo continuar. Foi quando comecei a participar de projetos de pesquisa, publiquei artigos, iniciação científica, estágios tanto na justiça federal quando na justiça estadual, fui coautor de livro, fui monitor, dei aula, nossa, foi demais. Eu literalmente respirei o ambiente jurídico. OAB e TCC concluídos nem menciono, já é praxe. 
E não cheguei nem perto de esgotar coisa alguma. Apenas tive noção da amplitude desse universo à parte que é a área jurídica. Como iremos uni-lo ao mundo real, de carne e osso é uma saga que está muito longe de chegar ao seu fim.
E adivinhe a quem incumbirá essa missão? Isso mesmo, a nós. 
E nisso meus leitores/amigos do blog e amigos que fiz no grupo de estudos estão inseridos. Vivenciei – e vivencio – com pessoas de todos os cantos do Brasil as angústias da vida universitária, fui ouvinte de segredos que muitos não conseguiam compartilhar até mesmo com quem deles estava ao lado. Aprendi assim que nem sempre quem está perto de você, realmente está do teu lado. E que distância não é nada quando o assunto é amizade, companheirismo.
Não vou negar o quanto a área jurídica me decepcionou e continua decepcionando. Nosso ordenamento jurídico, assim como o de qualquer outro lugar, a exemplo dos ordenamentos norte-americano, inglês, alemão e italiano que tanto gostamos de reverenciar – seja nas teses doutrinárias ou na organização do raciocínio jurídico – é problemático. Há uma série de feridas necessitando de curativo e outras mais profundas que talvez nem uma cirurgia de horas consiga dar jeito. 
No entanto, qual seria a nossa utilidade se tudo fosse perfeito? Se tudo ocorresse maravilhosamente bem? O Direito sobrevive do problema, do questionamento, da inquietação. 
Enfim, saio da faculdade com a mesma curiosidade que entrei. Novos desafios se aproximam e já sei muito bem que a vida virá com tudo pra cima. Porém, estou aqui disposto a cair e levantar quantas vezes forem necessárias para ser muito mais que um profissional bom, um ser humano melhor. Contudo, estou disposto também a emprestar minhas mãos e ombros para dar uma força a quem deles precisar, porque ninguém, definitivamente, vence sozinho. Se eu cheguei até aqui foi porque tive anjos em minha vida, pretendo passar a corrente adiante. 
registro do último dia
Agora é hora das audiências e da prática jurídica. No entanto, o ciclo se repete em diversas outras vidas. Muitas pessoas estão comemorando agora (e comemorarão também com a saída do resultado do enem) a aprovação no curso ou  fim de mais um semestre letivo, e é por elas que manterei o blog. Uma cena que jamais esquecerei foi o último dia em que fui à faculdade. No começo deste mês, ao homologar minhas horas complementares. 
Quando estava saindo, vi um pai, uma mãe e uma jovem com sorriso de uma ponta à outra perguntando onde ficava o DAA para realização da matrícula no curso. Qual curso? Direito. Informei e agradeceu sorridente. Mal sabe ela o que espera, porém, desejo demais que ela cresça com todas as dificuldades que fazem parte de quem decide levar o Direito a sério. É o mesmo desejo que tenho para com todos vocês. Esteja você aterrizando nesse blog agora ou seja velho conhecido meu.
Um excelente natal a todos e um 2017 com muitos desafios para vencermos nossos limites. Afinal, mar calmo nunca fez bom marinheiro. Muito obrigado pela companhia. Vamos juntos! 

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