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Conversa Jurídica

A didática do meu professor é igual ao mundial do palmeiras, e agora?

Henrique Araujo
Escrito por Henrique Araujo em maio 23, 2017
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Professor sem didática

Imagine a seguinte situação:

Início do período de matrícula no sistema de sua Universidade. Todo mundo a mil por hora para fechar as grades e, claro, escolher o melhor professor possível para cada disciplina. Para isso vale tudo: Ligar para o(a) amigo(a) veterano(a) para saber infos sobre o tal professor X, postar print da grade ofertada e perguntar no whats o que a galera achou, postar a relação de Profes nos grupos do seu curso no facebook, enfim, é uma correria e um estresse danado. Mas como é por uma boa causa, ok.

Claramente você, eu e o resto da nação universitária ao saber que as matrículas estão abertas no sistema: Correndo para pegar os melhores Profs e ao mesmo tempo fugindo dos não tão bons assim.

E ai começam a surgir os primeiros problemas: A subjetividade de sua pergunta e o preço por um pedido de sugestão mal feito. O conceito de bom muda bastante a depender do perfil de aluno(a) que você é e do perfil do(a) aluno(a) que vai te responder.

Para alguns, Professor bom é aquele que não faz chamadas, a prova é de boas e passa os amados trabalhinhos para ajudar na nota. Para outros, Professor bom é aquele rígido, que tem fama de elaborar as provas mais difíceis do curso, mas que passa o assunto todo em sala. Trabalhinho? Só na CTPS, diz ele.

Não é objetivo desse texto deduzir quem está com a razão, mas sim destacar um problemão disso: Você pedir uma dica de prof bom – sendo que o “bom” para você é aquele mais tranquilo – e a pessoa que te aconselha não estar na mesma vibe que você.

Porém, mesmo que você escolha um Professor exatamente nos moldes desejados, é perfeitamente possível que ele, assim que sair da idealização de um mero nome no sistema e seja visto por você em sala de aula, desagrade ao abrir a boca para proferir a primeira lição da turma.

E o motivo é simples: Ninguém agrada todo mundo. Acontece que todo mundo tem matérias nas quais não gostam da forma como seus professores ministram as aulas. E mesmo assim precisam estudá-las e, obviamente, conseguirem a aprovação. De preferência com a maior retenção de conteúdo possível.

Um dos principais motivos para esse desagrado está na ausência, inexistência, exclusão, carência, privação de didática. Tão inexistente quanto o mundial do palmeiras, que dizem não ter mundial e fizeram disso um meme.

Uma ressalva…

Estou levando em conta, aqui, os(as) estudantes que realmente levam o curso a sério, desconsiderando aqueles que não movem um dedo de esforço e acham que cabe ao docente abrir a cabeça deles e colocar o assunto – muitas vezes oriundo de complexas e seculares discussões – pronto ali, na hora.

Voltando…

O que ele(a) fala entra por um de seus ouvidos, faz a curva bem longe de sua compreensão e sai pelo outro. Por mais que você se esforce e tente acompanhar o ritmo dele(a), simplesmente não dá, parece grego.

Por alguma razão enigmática, tantos títulos acadêmicos, mestrado e doutorado não foram suficientes para ensinar a ensinar. Quem roda nesse jogo, claro, é você. Afinal, o “dele(a)” cai certinho todo fim de mês. Você gostando da aula ou não. E agora?

Te vira, malandro(a)! Dê seus pulos! Se vire!

Essas são as respostas típicas que ouvimos em casos assim. E de certa forma, em que pese o leve teor ácido, elas são extremamente didáticas. Você precisará desenvolver uma das habilidades mais primorosas de nossa espécie: O autodidatismo.

Que, em bom português, nada mais é do que o “se vire!” que alguém falou pra você.

Aliás, você pode fazer tudo o que for mencionado aqui mesmo com um(a) excelente Professor(a) te dando guarida. Seus resultados de aprendizagem serão ainda mais proveitosos.

Abaixo, seguem 03 pilares que você pode fortalecer para poder passar e, principalmente, aprender, na matéria mesmo sem um Professor top das galáxias te ensinando na faculdade.

1. Conheça sua mais nova melhor amiga: A Internet

 Internet
Foto: reprodução/pinterest
Felizmente, você nasceu numa geração em que o conhecimento, literalmente, não possui barreiras. E uma das principais responsáveis por esse feito é a internet. Com ela, pelo celular, tablet, notebook ou desktop, você pode aprender praticamente qualquer coisa.
Com aquela matéria complicada cujo(a) professor(a) não ajuda, não seria diferente.
Na área jurídica, em especial, há uma vastidão de portais, blogs e canais com ótimos conteúdos disponibilizados gratuitamente ou a preço módico. Atualmente, você pode ter acesso a grandes professores com renome nacional e internacional até mesmo pelo facebook.
A questão é que, como você utilizará a internet como substituta do professor em sala, há obrigação de sua parte de procurar conteúdos completos e bem explicados. Para sua sorte, existem no youtube uma infinidade de canais no youtube com vários professores dando aulas muito boas e o melhor: De graça. Basta clicar, prestar atenção e aprender.
A internet também vai te ajudar a sedimentar esse conhecimento de duas formas: Aprofundando ainda mais o tema e testando seus conhecimentos por meio de exercícios. E isso válido para todo mundo, tenha você um bom professor na faculdade ou não.
Quanto ao aprofundamento, é necessário ter cuidado com a fonte do conteúdo que você está estudando. Para resolver esse entrave e não correr o risco de trocar gato por lebre, a própria internet resolve isso. 
Postei recentemente um texto destacando 10 revistas jurídicas brasileiras mais conceituadas. No post, informei como fazer para encontrar revistas tão boas quanto. E detalhe: Elas possuem autoridade acadêmica reconhecida. Você pode até usar esses materiais para um futuro artigo, monografia, TCC, dissertação, tese, enfim.
Quanto à resolução de questões, na web é muito fácil encontrar sites que são verdadeiros bancos de questões, com centenas e milhares delas. Nesse sentido, há portais que cobram e outros que não, basta dar um google que você encontra um monte. 
O mais famoso serviço de questões online na atualidade é o Qconcursos, que possui uma infinidade de personalizações. Já na área de sites de questões online grátis não há bem destaques, mas posso citar alguns mais conhecidos e que já usei ou uso: Aprova questões, questão certa, Open concursos, dentre outros.

2. Disciplina: Use sem moderação

Disciplina
A busca por uma melhor compreensão do assunto vem acompanhada da necessidade de ter ou de aumentar a disciplina nos estudos. 
No primeiro tópico, em que você foi apresentado à sua mais nova melhor amiga, já deu pra perceber que sem disciplina você não irá muito longe. Youtube, sites de questões, artigos científicos usados para profundar pontualmente em algum tema demandam tempo e esforço. Não existe almoço grátis. 
E quando falo em disciplina, não estou falando apenas ao ato de sentar a bunda na cadeira e usar loucamente a internet como se não houvesse amanhã, porque haverá. Antes de executar o estudo propriamente dito, é preciso que você organize o que, quando e como irá analisar os temas da aula.
E neste ponto você irá precisar da ementa da disciplina. Geralmente todos os Professores disponibilizam a ementa no portal do aluno, ou informam ela no primeiro ou nos primeiros dias de aula. Se o seu não faz nem isso, basta conferir o sumário de um livro da sua matéria. 
Por mais que os livros sejam diferentes uns dos outros em alguns aspectos, no final é tudo a mesma coisa. Se você estiver estudando na faculdade a cadeira de direito penal, parte geral, e seu professor não teve a generosidade de fornecer ementa da disciplina – para que você conseguisse se organizar – basta conferir a ementa de qualquer livro, todos vão começar com conceito, histórico e princípios do direito penal. Bingo! São esses temas que vai estudar “sozinha” na companhia do livro, do youtube, das questões e de seus resumos.

Dica bônus para monitorar sua disciplina e saber quando deve revisar um assunto: Instale os aplicativos AprovadoAPP e Partiu revisar.

Veja que para que tudo isso saia do campo da idealização e do necessário planejamento, você tem que ter disciplina para fazer a mesma coisa todos os dias. No começo é bem complicado, mas desde que você desista, isso acabará se tornando um hábito e ai tudo vai ser menos intimidador do que parece. 

3. Não veja a situação como algo anormal e sim como um desafio

desafio
Imagem: Foto/Reprodução (WeGov)
Não gostar da forma como alguém explana o que sabe não é nenhum fim de mundo. Hoje praticamente ninguém é insubstituível, você pode adquirir o mesmo conhecimento da mesma forma ou até de forma mais aprofundada em outros locais. E qual é a necessidade de eu estar falando isso?
A necessidade está no fato de que você não pode tornar as coisas piores do que já são. Não se agradar com alguém não é motivo para criar intriga ou comentários desnecessários, que futuramente pode gerar estresse pra você por besteira. 
Um professor sem didática é apenas um dos vários exemplos de pessoas que passarão por nossa vida e apesar de acharmos ruins e inúteis, podem nos ensinar muita coisa, principalmente o que não ser ou o que não fazer. Muitas vezes não sabemos o que se passa com a pessoa para se comportar daquela forma, portanto façamos nossa parte.
Observe que tudo que foi dito até aqui pode muito bem ser feito por qualquer um, independe de ter um bom professor ou não. A diferença é que se você não teve a sorte de possuir um bom mestre lecionando, terá que adquirir muito mais responsabilidade e comprometimento com seu propósito no curso, com seu projeto de vida, com o fato de lembrar sempre o porquê de estar fazendo tudo isso. 
Um prof. com péssima didática não pode ser motivo pra você largar a matéria de lado, pois futuramente isso pode repercutir em seu futuro profissional. Aliás, já pensou se tudo que quiséssemos fazer bem feito dependesse da boa vontade e do talento dos outros? Já pensou se desistíssemos das nossas metas só porque alguém – que é importante para que elas se concretizem – não queira ajudar? 
A vida é uma grande Professora sem didática, ela não está nem ai se você vai aprender agora ou não. Ela tem sua própria maneira de ensinar. Cabe a você jamais desistir de tentar aprender. E, pra isso, todos os recursos didáticos são válidos. Para os estudos, há livros, exercícios, resumos… para a vida há o tempo, que talvez seja o Professor com a melhor didática que temos. A questão é: Você vai deixar a vida passar, desistir dos seus objetivos por ela não ter sido legal nas lições com você, a ponto de só tomar ciência do problema quando o tempo, como bom professor, te ensinar?

Talvez o professor sem uma boa didática seja aquele estímulo que estava faltando para você realmente se dedicar aos estudos

Sair da zona de conforto por saber que o assunto não será lindamente explicado quando você entrar na sala de aula pode ser muito mais que um descontentamento de plano, mas o final de um grande começo em termos de desenvolvimento pessoal. 
Valores como responsabilidade, proatividade e disciplina serão muito mais robustecidos em situações assim, que talvez você baixasse a guarda se estivesse numa situação mais amena. Claro que ninguém gosta de ter um professor ruim no currículo, mas poucos pensam o quão bom ele pode acabar sendo no final das contas.

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