Bom, sabemos que em nosso meio somos julgados até por uma olhada mal dada. Por conta disso, criou-se um ambiente onde o requinte de falar difícil se tornou um cartão de visitas indispensável não só para os aplicadores da lei, mas também para nós estudantes de Direito. O problema é: Por que isso acontece? Falar difícil é um problema? Por que não usamos como palavra de ordem a simplicidade?
Pra começo de conversa não é só falar difícil, mas também escrever difícil. Você que acompanha esse blog sabe que nos posts que faço evito usar ao máximo esse juridiquês por pensar que tudo tem sua hora e necessidade. Entretanto, no mundo fora da internet, se você for pego com um vocabulário simples sem fazer uso de termos mais rebuscados, vão logo dizer que você pagou pra passar ou tantas outras besteiras que vivem dizendo por ai.
Mas, pensando bem, esse complexo de falar difícil não deveria na verdade não deve ser tratado como um complexo. O que importa realmente é que o(a) detentor(a) do notável saber jurídico saiba quando e como deve fazer uso desse português versão 2.0, até porque não tem necessidade de alguém entrar numa padaria de manhã com aquela cara de sono falando o seguinte: Por obséquio, vossa senhora teria a hipotética possibilidade de estabelecer com minha pessoa uma relação de compra e venda, mediante as imposições do código civil e do consumidor, para que seja possível a obtenção de 10 pãezinhos em temperatura estável para que a relação pecuniária no valor de R$ 5,00, seja plenamente capaz e legitimada de saciar minha fome matinal?
O problema é que temos uma cultura de valorizar quem demonstra ser inteligente ao invés de valorizar quem é. Pela nossa lógica, todo mundo que fala difícil tende a ser mais inteligente do que quem valoriza o simples. 99,9% das pessoas que estivessem na padaria iriam ficar boquiabertas se alguém fizesse uso das palavras que eu disse acima em plenas 7 da manhã ao invés de dizer: Bom dia! O senhor poderia me vender cinco reais de pão francês?
Agora entramos na parte interessante: O que realmente é falar difícil? Simplesmente fazer uso de palavras que a maioria não faz ideia do que seja é um ato de falar difícil? Eu penso que não, mas é assim que muita gente age. Falar difícil é fazer uso do simples, mas com coerência e coesão, deixar tudo amarradinho gramaticamente falando. Falar difícil pode fazer alguém parecer inteligente, mas não por muito tempo. É claro que em alguns momentos na verdade vários não temos como fugir do português rebuscado, do juridiquês propriamente dito como no caso de documentos jurídicos entre outros.
Quem fala difícil é quem domina o linguajar jurídico, mas sabem muito bem a hora e o momento certo de utilizar esse nível de linguagem. Quem vive pelos quatro cantos falando rebuscadamente só demonstra que está em falta não só com a gramática, mas também com o bom senso. Não é porque você usa a linguagem simples que você é menos inteligente que alguém, pelo contrário. Se você usa o simples de forma coerente e coesa só demonstra que você é uma pessoa acima da média. Até porque esse pessoal que vive tentando dar uma de intelectual de vez em sempre dá cada esfarrapada na gramática… E ai de alguém que for retificar! É tenso!
O que importa é dominar a norma e saber quando usá-la. Falar corretamente é bem diferente de falar difícil e usar a norma corretamente é algo a ser feito todos os dias.Viver tentando demonstrar que sabe é uma mera perda de tempo e tempo pra quem é do Direito é extremamente precioso pra desperdiçar com o que não nos vai acrescentar nada. Só a fama de coxinha retardado(a) que quer chamar atenção
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Um texto exuberante,com um ponto de vista ótimo.kkkk do caralho. Tks
Indubitavelmente este texto despoja cultura kkkk
que a nossa discricionariedade linguística seja pautada pela sensatez, conveniência e pela disponibilidade entre os interlocutores…. kkkk
putz grilla
Creio não me dar bem em Direito , meu Deus KK