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Artigo de opinião

UM PAÍS LAICO E UMA SOCIEDADE RELIGIOSA.

Henrique Araujo
Escrito por Henrique Araujo em outubro 14, 2012
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UM PAÍS LAICO E UMA SOCIEDADE RELIGIOSA.
Wantuir Ferreira*
Através da história é possível ter conhecimento de que a religião esteve marcada na construção da sociedade, no qual permanece até os dias atuais, caracterizada por uma espantosa diversidade.  É natural que o ser humano tenha consigo uma crendice ou um ponto de referência para sua espiritualidade mesmo que isso não o vincule a uma religião.

A sociedade brasileira é expressamente caracterizada por uma notável força religiosa, o que não afeta diretamente na essência de um país laico no que se refere a sua Lei Maior, pois não há uma referência conduzindo à religião.

É interessante mencionar que a Constituição da República Federativa do Brasil de 05 de Outubro de 1988 traz em seu preâmbulo a menção a Deus ao dizer “… promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil”. No entanto tal preâmbulo se resume na apresentação da Constituição, e não tem caráter normativo, não vinculando os cidadãos a direito e deveres.

O país é composto por uma sociedade que expressa opiniões e toma decisões baseando-se no contexto de fé e doutrina religiosa; tal contexto se estende a política brasileira, onde é possível perceber que muitos legisladores, criam leis baseados na própria moralidade e fé, esquecendo-se que o bem comum deve prevalecer, e que a vida civil e social independe de caráter filosófico, particularidades morais e atribuições divinas, mas que é fundamentada em direitos que garantem a paz e a harmonia social.

A moralidade está fortemente expressa em assuntos polêmicos como, legalização do aborto e da maconha, casamento de pares homoafetivos entre outros. É importante um diálogo aberto sobre esses temas, considerando aspectos sociais, culturais, morais e religiosos, pois isso é garantia de democracia.

A justiça é para todos, não pode estar vinculadas ao ego de quem legisla e julga, as leis devem acompanhar a evolução da sociedade e estar aptas na contribuição da dignidade humana. A religião e moralidade pertencem à particularidade de cada indivíduo e não estão aptas a tratar com justiça atos da vida civil.

Imprescindível é o respeito ao próximo, garantir ao cidadão um dos mais belos direitos que é o direito da igualdade, que a justiça jamais perca sua seriedade e ética, e que a sociedade tenha na sua religião e moralidade uma verdadeira justiça de respeito ao ser humano.

Acadêmico do 5º Período de Direito na Universidade Vale do Rio Verde, UNINCOR. Campus de Três Corações-MG.
                                                                                                                                          
                                                                                                                                                                      

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