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Relatos

Meio do curso: Algumas lições - Parte 1

Henrique Araujo
Escrito por Henrique Araujo em abril 25, 2014
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Olá meus queridos e queridas leitores e leitoras deste humilde diário jurídico que de diário ultimamente não tem nada, afinal não estou conseguindo atualizar diariamente como eu sempre quis. Mas prometo que irei me esforçar nisso. 
Algumas pessoas sempre me cobram por email que eu fale um pouco mais de minha experiência como integrante do curso só que eu fico meio sem saber como fazer, afinal muitas coisas são bobas como por exemplo: Ir à biblioteca, dar boa noite ao professor, dar tchau pra galera na hora de ir embora etc etc etc. Entretanto prometo que vou me esforçar nisso também, e vou começar agora.
Como o título já te faz presumir, cheguei ao meio do curso. Ontem foi realizada a última prova da primeira unidade, falta apenas uma unidade para o meu 5º semestre dar bye bye. Oficialmente estou no meio do meio do curso, que coisa não? Tá bom, desculpe a piadinha sem graça, vamos ao que realmente interessa.

1º Você não é mais calouro(a), mas pode ser tão iniciante quanto um

Sim, finalmente você você já passou do segundo ano do curso, ou seja, já passou os dois anos mais complicadinhos com aquelas matérias que muitos alegam serem chatas e não terem muito a ver com o direito. Sabem de nada, inocentes. Agora que você não precisa mais estudar TGE, TGD, TGP, ciência política, filosofia, sociologia, antropologia, ética e as matérias do nível I (constitucional, penal e civil) mais do que nunca você vai aplicar tudo que aprendeu com elas agora. 
Tá bom, exagerei. Nem tudo que você aprendeu vai aplicar aqui. Mas saiba que todos aqueles princípios bobinhos que você aprendeu em constitucional I, penal I, civil I e as outras matérias começarão a fazer mais sentido do que nunca agora. É a partir deles que você vai desmembrar toda a parte especial dos níveis mais avançados das mesmas matérias e agora com as matérias processuais: Processo penal e civil, sendo que você só vai pegar processo do trabalho um pouco depois porque teoricamente você não sabe de direito do trabalho ainda. Pois bem, se você não foi feliz estudando os níveis “I” sentirá um pouco de dificuldade no começo, mas pra tudo tem jeito. Nada que uma olhadinha rápida no caderno velho não repare. Mas se realmente você tem a base pessimamente ruim, o melhor é revisar nas férias antes das aulas começarem.
Isso deu certo comigo. Eu achava que sabia de direito penal I que peguei no terceiro período mas vi que não sabia da missa a metade. Eu lia apenas um livro mas mesmo assim não entendi tudo que ele queria dizer. A partir dai comecei a pegar mais livros e confrontar o que cada um pensa até achar meu livro ideal que não conto aqui mas posso te contar por email depois. Mas antes eu revisei todo o direito penal da parte geral nas férias. Isso quer dizer que nas férias eu estava metido com a cara nos livros e nos vídeos revendo e vendo coisas novas de penal I, civil I, constitucional I não necessariamente nas férias de entrada para o 5º, revisei algumas coisas nas férias do 4º (claro, fui curtir as férias depois, mas isso não vem ao caso). Acredite, você não vai ver nem metade do que deveria ter visto durante 6 meses de penal geral, muito menos civil que é bem maior. Cabe a você preencher essa lacuna sozinho. 
Não se engane, dificilmente você realmente estará no 5º período. Muita coisa do 4º, 3º, 2º e 1º que você negligenciou vai fazer falta agora ou mais tarde, cabe a você ver logo isso ai para poder realmente ser um aluno do 5º semestre. E isso vale para todos os demais períodos. O fato de você ter passado em todas as matérias do 4º não significa que você realmente esteja no 5º, não seja inocente porque você realmente pode ser um calouro de quinto período, ou sexto ou sétimo ou oitavo ou nono ou décimo. Se você não mudar sua mentalidade de calouro, você sempre será um independentemente do semestre que você curse. Revise enquanto é tempo! 

2º Estágios: A difícil decisão

Agora que você chegou no meio da viagem chega a preocupação: O que você realmente sabe da prática? Do que adianta saber a teoria razoavelmente bem se você não consegue visualizar isso de maneira real e fática que é o que realmente importa para os outros? É ai que surge o estágio que pode ser o vilão ou o mocinho da história.
Algumas pessoas que conheço pessoalmente ou virtualmente começaram a estagiar bem cedo, muito antes do meio do curso. Se isso é legal ou não cabe à elas nos informarem porque eu não faço parte do time dos precoces. Existem basicamente duas coisas complicadas nessa fase de estágio: Tempo e local para estagiar. O problema com o tempo é para a galera que trabalha os dois períodos do dia ou até mesmo um, pois às vezes nem tempo tem pra estagiar ou então o estágio será um peso a mais pra carregar depois de uma jornada de trabalho. Por conta disso é interessante que você tenha em mente o que você quer ser quando crescer  para que a jornada no estágio seja menos pesada e você realmente aprenda no local que você almeja trabalhar futuramente.

Já pensou o quer você que ser quando crescer? Então pense ai

O problema do local para estagiar também é tenso. Infelizmente a maioria dos acadêmicos levam apenas os escritórios de advocacia em consideração ao pensarem no estágio. Saiba que  NÃO EXISTE APENAS ESCRITÓRIO PRA VOCÊ ESTAGIAR. Na verdade existem vários locais e diferentes tribunais pra isso. A grande maioria dos tribunais realizam provas de concurso de seleção de estagiários de direito justamente a partir do 5º semestre, são os mais recomendáveis para quem quer seguir alguma carreira de tribunal. As defensorias e o Ministério Público também são ótimas opções e junto com tribunais, principalmente os federais, são os mais indicados em questão de aprendizagem e prática. Infelizmente a fama dos escritórios não é muito boa.
Cuidado! Imagem: Foto/Reprodução (youtoba TV)

 A maioria aceita qualquer um e faz o estagiário de escravo e o advogado as vezes nem ensina nada, acaba dando as regras e fazendo o estagiário de empregado e prejudicando o aprendizado do mesmo. O mais indicado, caso você queira ser advogado é tentar defensoria ou algum escritório que aceite estagiários através de prova de admissão, isso já é alguma coisa. Mas existem ótimos escritórios que aceitam estagiários sem prova nenhuma, são poucos mas existem. Procure saber quem já estagiou ali para não acabar entrando numa furada ou desperdiçar uma grande oportunidade de aprendizagem. Prometo falar mais de estágios num post separado.

3º Deixe para a última hora apenas a sua preguiça de estudar

Até agora a famosa tática de deixar pra última hora tá dando certo né? Maravilha. Isso pode dar certo até o final do curso também. Mas será que você vai ter alguma bagagem de conhecimento ao sair do curso deixando pra estudar tudo na última hora ou fazer colas e pedidos no whatsapp? Ponha a mão na consciência! Nota é irrelevante, serve apenas para te empurrar para o semestre posterior. O que voga é o que você aprendeu durante 6 meses! E passar 6 meses deixando pra estudar durante a semana da prova não é tão proveitoso porque você acaba tendo um conhecimento pífio e muito superficial de algo que se você deixasse pelo menos meia ou uma hora por dia pra ler dominaria muito mais.
Só tem 30 minutos pra estudar? Ótimo! Já é alguma coisa. Agora estude 30 minutos! De pouco em pouco seu conhecimento vai se ampliando! Não importa a quantidade, mas sim a qualidade. Tem gente que tem o dia todo pra estudar e mesmo assim não aproveita ou acaba não rendendo tanto quanto deveria render. Não se iluda com o sonho de ter o dia todo pra estudar. Confie no seu taco, gasta o tempo disponível pra estudar estudando mesmo, foco total. Faça sua meia hora render horas!

Todos os minutos que você tiver pra estudar, estude! Não pare pra pensar como seria maravilhoso ter o dia todo pra estudar, isso sim é perda de tempo. Valorize o tempinho que você tem, é ele que vai te levar ao topo! Nada de ficar se sentindo triste por ter pouco tempo, pra quem quer sempre há um jeito. Encontre o seu, tenho certeza que você encontrará.
Bom, o post está muito grande e não quero tomar muito tempo seu. Em breve postarei a continuação. Até a próxima! Vamos juntos. Qualquer coisa me manda um email pra tirar alguma dúvida, conversar ou sugerir algum post: diariojurista@gmail.com. 

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7 Replies to “Meio do curso: Algumas lições – Parte 1”

Unknown

Simplesmente adorei seu post…estou no sétimo semestre, e ainda tenho essa impressão de caloura, pois estou ja há um tempinho no curso, mas não o suficiente pra dizer que já posso ir fazendo o próximo exame da ordem. A h eu estagio desde o primeiro semestre, e garanto que mesmo sem ter ideia alguma do que era jurisprudência por exemplo, no inicio, aprendi muuito. Hoje fui para a defensoria publica daqui, e de novo, percebi que ainda sei de nada, to na inocencia…acho que este é o ritmo do curso, tudo novo, sempre.

Unknown

Excelente post, algumas pessoas ou alguns "estagiários" poderiam muito bem ler este post, eu sou um e sempre fui, desde o momento que quis conhecer a vida jurídica, e espero que em um futuro não muito distante possa ensinar a um acadêmico, tudo que eu apreendi, que não é muita coisa, mas já faz uma diferença. Gostei muito desta leitura, fora muito proveitosa!

Anônimo

Parabéns, estou admirada. Ótimo texto. Sem palavras!
Continue se dedicando que você alcançará seus objetivos. Abraço, Thauanne Dias

Henrique Araújo

Obrigado Thauanne =]

Henrique Araújo

Obrigado Wellington. Estou na torcida por você, vai dar tudo certo 🙂

Henrique Araújo

Obrigado, Malirre! Realmente! O direito é uma constante atualização. O que era regra hoje pode não ser mais amanhã. O que importa é que você está aprendendo e se esforçando para adquirir conhecimento, até porque ninguém nasce sabendo das coisas principalmente as jurídicas. Continue se dedicando porque quem ganha com isso é você e a sociedade por ter uma ótima profissional. Boa sorte e bons estudos 🙂

Unknown

Parabéns pelo blog,sou estudante do primeiro semestre e já estou vendo o que me aguarda lá na frente!!!
Boa sorte.