Este site usa cookies e tecnologias afins que nos ajudam a oferecer uma melhor experiência. Ao clicar no botão "Aceitar" ou continuar sua navegação você concorda com o uso de cookies.

Aceitar

Análise e interpretação

O estudante de direito padronizado

Henrique Araujo
Escrito por Henrique Araujo em março 30, 2013
Junte-se a mais de 15.000 pessoas

Entre para nossa lista e receba conteúdos exclusivos e com prioridade

É de ciência de uma grande maioria dos pertencentes ao mundo jurídico que essa área não é nem um pouco exata, por mais que as leis sejam claras (Algumas nem tanto), sempre há um modo ou interpretação hermenêutica que acaba mudando o sentido da letra da lei e usando ela para outros fins. Mas, e os  responsáveis pelo estudo delas, eles podem ser padronizados? Existe o estudante de direito “modelo” para nós seguirmos? A resposta é não diretamente, mas se formos pensar bem até que pode haver essa possibilidade. Vejamos os porquês:

1. O que é bom pra mim pode não ser bom pra você

De vez em sempre em nossas rodinhas de conversa sempre acabamos colocando na pauta da fofoca a questão do modelo de estudo. E com isso surge a discussão a respeito de quem está estudando direito direito. A questão é que o jeito que você acha mais adequado pra você pode não ser adequado pra seu amigo. 
Caio pode gostar de estudar baseado em sinopses seguido de exercícios, Tício pode estudar primeiro vendo vídeo aulas e depois estudando os entendimentos do tribunais a respeito do assunto, Mévio pode estudar somente por doutrina e depois exercício. O modo de estudar não significa que um vai ser melhor que o outro, todos podem se sair bem, basta estudar da forma que achar mais adequado.

2. Fazer o mesmo curso não significa que teremos a mesma profissão

Creio eu que a ciência jurídica seja uma das mais abrangentes que existem em nossa sociedade. Depois dela vem a medicina que possui diversas especialidades em diversas áreas da saúde. Eu não posso criticar o fato de você pretender ser delegado caso eu pretenda advogar por questão de uma profissão ser mais importante que a outra, cada uma tem sua importância em nosso ordenamento jurídico. Além disso a forma de trabalhar o conteúdo em época de concurso possui algumas diferenças. Tanto é que desde que o mundo é mundo existem cursinhos com turmas especializadas somente em uma profissão. Por exemplo: Turmas para o MPU, turmas para a OAB, enfim, é cada um no seu quadrado.
Porém, na Universidade, local onde todos nós teremos a base do Direito, temos o assunto abordado da mesma maneira para todos. Portanto com as possibilidades que temos de seguir carreiras diferentes, não tem como padronizar a área que o estudante de direito tem que seguir. A advocacia pode ser preferência da maioria, mas nem todos os estudantes de Direito tem que fazer a OAB, eles fazem se quiserem advogar, ou então pra treinar os conhecimentos aprendidos no curso.

3. A concepção de uma mesma coisa pode ser vista de diferentes maneiras

Direito, com já dissemos, não é uma ciência exata. Na maioria das vezes até durante a aula de uma disciplina qualquer os próprios estudantes divergem dos autores e de seus pontos de vista. A jurisprudência não é uma fórmula matemática que é fixa onde você decora ela e aplica, mas sim uma norma flexível que se altera de acordo com a necessidade vigente. Uma vez ela pode ser feita de uma maneira x e aplicada de uma maneira y e entendida de uma maneira z e isso é completamente normal, afinal jurisprudência é um entendimento formado através da interpretação de uma lei.
Outro exemplo é a visualização de um mesmo problema através de formas diferentes. Algumas pessoas são a favor do aborto até a 12ª semana de gestação, já outras (a maioria) consideram crime o aborto independentemente da semana de gestação por configurar lesão contra a vida. O importante aqui é haver o respeito entre ambas as partes na questão de mesmo não concordando, saber entender o ponto de vista diferente do seu para que possamos encontrar um consenso entre as partes, e não dizer quem está certo ou não, ponto de vista foi feito pra ser discutido, mas nunca desrespeitado.

4. Conclusão 

Depois disso podemos concluir que o estudante padronizado é aquele que cria o seu próprio padrão. É aquele que escolhe a melhor maneira de estudar, a carreira jurídica que mais combine com ele e que una o amor a profissão com a compensação financeira, além de também adotar o ponto de vista que melhor lhe convier, a junção disso tudo é que forma o estudante de direito. 

Não importa sua forma de estudar, desde que você esteja gostando dela e que ela esteja te trazendo bons rendimentos. Não importa a carreira que você queira seguir, desde que você se veja realizado exercendo aquele cargo. Não importa seu ponto de vista, desde que você respeite o ponto de vista do próximo. É assim que se faz uma boa comunidade jurídica e um estudante “padronizado”, que segue os seus próprios padrões.

Hey,

o que você achou deste conteúdo? Conte nos comentários.

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *