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Querido Diário

Debate político e estudantes de direito: Precisamos elevar o nível dos debates.

Henrique Araujo
Escrito por Henrique Araujo em setembro 17, 2016
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O atual cenário político social que passamos é, no mínimo, conturbado. Com o boom das redes sociais essa agitação ficou ainda mais intensa. Hoje qualquer um pode servir de meio para propagar o que pensa ou o que ouviu dizer que é, mesmo que seja uma falácia, inverdade ou até informações distorcidas na exata medida que convém a quem faz tal divulgação.

Os inúmeros pontos de vista que vemos na mídia nossa de cada dia reforçam a existência de constantes choques de opiniões. Podemos notar isso até mesmo dentro da área jurídica, onde diversos juristas de renome dividem opiniões entre o mesmo tema. Citemos como exemplo o próprio impeachment, processo esse que alguns juristas dizem ter sido, na verdade, um golpe, enquanto outros defendem piamente que tudo ocorreu nos trâmites previstos para um processo de natureza política.

Ilustração do mito da caverna - de Platão
Ilustração do mito da caverna – de Platão

A questão é: Se até os juristas não se entendem, como podemos cobrar que a população se entenda? Como podemos trabalhar para a paz desse conflito?

Na verdade não é esse o ponto aqui. Não se trata de trazer a paz para esse conflito que, por sinal, está longe de ter um fim, mas sim de fornecer aos combatentes as armas de um bom combate. Em nosso caso, podemos fornecer o mais precioso tesouro que inventaram até hoje: Conhecimento.

Com certeza você já viu dezenas de pessoas postarem verdadeiros absurdos jurídicos sobre algum tema que gravite na órbita desse caos político, seja sobre as prisões, sobre a lava jato, sobre o impeachment, enfim, sobre uma série de coisas.

Ocorre que, infelizmente, além de intercedermos no sentido de informar que aquilo não é da forma como disseram pro propagador que é, acabamos execrando o interlocutor usando nosso conhecimento como argumento de autoridade para humilhar, destratar, enfim, mostrar para aquela pessoa o quanto ela é retardada por postar alguma inverdade ou informação equivocada. E tem muito estudante de direito na posição de vítima também. A quantidade de desinformação é lamentável.

Dessa forma não temos como progredir. Se você possui conhecimento suficiente pra dizer que um determinado tema está sendo abordado de forma avessa à realidade ou algo do tipo, seja franco(a) com a pessoa que propaga esse tipo de coisa. As vezes muitas fazem por desconhecer a realidade de fato sobre aquilo. E o pior, quando trombam com quem “sabe” acabam sendo humilhadas e a onda de ódio e desinformação só faz aumentar cada vez mais.

E não se engane, isso acaba sendo recíproco. O ódio que você emite uma hora retorna em intensidade semelhante ou até maior do que aquele protagonizado por você. Não precisamos ser inimigos por não pensarmos da mesma forma, infelizmente vejo que não é assim que muitos pensam. Mas acredito que podemos melhorar esse cenário.

Nós como futuros aplicadores do direito precisamos deixar de lado as paixões e analisarmos o contexto como um todo, não apenas na parte favorável ao nosso ponto de vista ou ideologia política. Precisamos falar mais sobre nossos conhecimentos, fazer essa informação chegar em todos os lugares possíveis para que, uma vez havendo discordância de opiniões, essa seja fundada com argumentos coerentes e fundamentados por ambas as partes, não simplesmente por troca de farpas e teorias da conspiração ou afins.

Vamos invadir as redes sociais e transformá-las num ambiente repleto de dicas, textos e fundamentos jurídicos que sejam úteis a embasar as discussões que estão sendo feitas. Não se trata de alienar alguém a pensar como eu ou como você, mas mostrar para ela como as coisas funcionam, quais pontos de vista existem e, partir dai, que ela tenha o livre arbítrio de escolher o que acha mais coerente.

Como? Com textos, atualização de status com linguagem simples, vídeos, podcasts, enfim, tudo que puder ser construtivo está valendo. Sempre com a maior urbanidade e educação possível, se não respeitarmos o próximo como exigiremos que ele nos respeite?

Aliás, não apenas as redes sociais, mas também toda e qualquer oportunidade que tivermos de prestar algum esclarecimento, para que quem nos escute escolha por livre convicção o que considerar mais correto para si.

Não precisamos humilhar alguém por termos ciência de esse alguém é desinformado(a), na verdade se precisamos usar desse artifício para discutirmos ou tentarmos mostrar um ponto de vista diferente é porque algo deu muto errado nesse caminho.

Precisamos elevar o nível dos debates e para isso devemos ser os primeiros a darmos o exemplo.

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